terça-feira, 16 de novembro de 2010

À Oracle o que é da Oracle


Matéria publicada hoje no site britânico IT Pro confirma: a Apple transferiu para a Oracle o controle da plataforma Java no Mac. Por enquanto, a Apple continua responsável pelo Java SE (Standard Edition) 6, fornecido com o Mac OS X 10.6 Snow Leopard. O Java SE 7 e os futuros lançamentos do OpenJDK (Java Development Kit) para Mac OS X ficarão a cargo da Oracle.

Neste ano, o fato de o Mac usar um Java proprietário criou transtornos para usuários mais antigos. Os programas da Receita Federal para fazer e enviar a declaração do Imposto de Renda exigiam uma versão atualizada do Mac Java, incompatível com Macs mais antigos, equipados com processador PowerPC e rodando o Mac OS X 10.4 Tiger.

I read the news today, oh boy


Por quase três décadas, a Apple Corps Ltd. (empresa multimídia fundada pelos Beatles em 1968) e a Apple Computer Inc. (fundada em 1976 por Steven Paul Joves e Stephen Gary Wozniak e denominada simplesmente Apple Inc. a partir de 2007) travaram longas disputas judiciais pelo uso da marca. O primeiro acordo entre as duas empresas foi firmado em 1981, quando a gravadora dos Beatles se comprometeu a não entrar no negócio de computação e a empresa de tecnologia assumiu o compromisso de não atuar no ramo de música. Mas, logo depois, o Apple II GS e a linha Macintosh ganharam capacidades multimídia, levando a empresa dos Beatles a mover novo processo. Vem daí o nome daquele famoso som de alertaSosumi, que soa como “So sue me” (“Então me processe”).


O acordo definitivo entre as duas Apples só veio em 2007. Hoje, 37 anos depois da primeira aparição do quarteto britânico na tevê americana, a Apple Inc. anunciou a chegada dos Beatles à iTunes Store. Agora, os 13 álbuns da banda que revolucionou a música e os costumes do mundo estão disponíveis no serviço de venda de conteúdo da Apple. Cada música custa US$ 1,29. O preço de cada álbum é US$ 12,99 (simples) ou US$ 19,99 (duplo).

A iTunes Store ainda não está disponível no Brasil.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pacotaço de correções


Como anunciamos no post anterior, a Apple disponibilizou ontem nova atualização do Mac OS X 10.6 Snow Leopard, que chega agora à versão 10.6.5. O pacote inclui uma atualização de segurança (Security Update 2010-007), oferecida separadamente para quem ainda usa o 10.5 Leopard. Foram corrigidas mais de 130 vulnerabilidades. Porém, de acordo com o especialista em segurança Charlie Miller, ainda há várias brechas sem correção.

O Flash é responsável por pelo menos 55 das vulnerabilidades corrigidas. Diferentemente de outras empresas, a Apple oferece seu sistema operacional junto com o Flash Player e fica responsável pelas correções. Há indícios de que isso possa mudar. Lançado há três semanas, o novo MacBook Air é vendido sem o Flash instalado. Para analistas, não seria nenhuma surpresa se a Apple fizesse o mesmo com outros modelos e separasse o Flash do Mac OS X. A tecnologia da Adobe tem sido pivô de uma briga entre as duas empresas desde 2007. Para Steve Jobs, o Flash é “inseguro e ultrapassado”, tanto que não é suportado no iPhone, iPod e iPad.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Da pré-história ao futuro do Mac

Usar o mouse, clicar em ícones, abrir janelas e organizar os arquivos do seu computador em pastas, numa interface gráfica com o usuário (GUI) que usa a metáfora da mesa de trabalho (desktop) nos parece a coisa mais natural do mundo. Mas nem sempre foi assim. Em 1973, pela primeira vez esse conceito foi empregado em um protótipo de computador. A engenhoca abaixo, do tamanho de um frigobar, é o pioneiro Xerox Alto. Além da GUI, ele trazia a conexão de rede Ethernet e um de seus aplicativos era um processador de texto WYSIWYG (what you see is what you get). Tinha 128 kB de RAM e um cartucho de armazenamento de 2,5 MB.

Desenvolvido no Palo Alto Research Center (Parc), o Alto jamais chegou ao mercado. O primeiro produto comercial a incorporar suas características foi o Xerox Star, uma workstation com preço básico de US$ 75 mil, lançada em 1981. Tinha 384 kB de memória, expansíveis até 1,5 MB. Suas unidades de armazenamento eram HDs que variavam de 10 a 40 MB e drives de disquete de 8 polegadas.


Nessa época, durante visita ao Parc, Steve Jobs, cofundador da Apple, ficou impressionado com a GUI. Jobs também foi apresentado à interface de rede Ethernet e à programação orientada a objeto, mas só tinha olhos para a revolucionária forma de interação entre homem e máquina. Desprezada pela cúpula da Xerox, que estava mais preocupada em vender copiadoras do que investir em um produto que tinha um periférico chamado “mouse”, a equipe do Parc acabou sendo contratada pela Apple, para trabalhar em dois projetos paralelos: o Lisa e o Macintosh.

Lançado em 1983 e dirigido ao mercado corporativo, o Apple Lisa custava quase US$ 10 mil, em valores da época (cerca de US$ 22 mil em valores atualizados). Tinha CPU Motorola 68000 rodando a 5 MHz, 1 MB de RAM, dois drives de disquete de 5,25 polegadas e capacidade de 871 kB cada e, opcionalmente, um disco rígido externo de 5 MB ou um interno de 10 MB.


No ano seguinte, chegava ao marcado o produto desenvolvido pelo outro time dentro da Apple: o Macintosh, que levava o mouse, a interface gráfica e a metáfora do desktop ao usuário comum por cerca de US$ 2.500. Apesar de menos poderoso – seu processador 68000 rodava a 8 MHz, mas a memória estava limitada a 128 kB e a única unidade de armazenamento era um drive de disquetes de 3,5 polegadas da Sony de 400 kB –, o Mac original não tardou a canibalizar as vendas do Lisa, que se tornou o maior fracasso comercial da história da Apple. Muitas das boas características do sistema operacional do Apple Lisa acabaram incorporadas ao software de sistema do Mac.



John Sculley, CEO da Apple na época, lembra que o Mac original não tinha propriamente um sistema operacional. Grande parte das funções do sistema estava na ROM. Era uma gambiarra, um conjunto de truques de hardware e software que faziam milagres. Essa solução tinha um preço: os aplicativos assumiam o controle da memória, gerando instabilidade.

O sucesso da interface gráfica do primeiro Macintosh fez com que diversos concorrentes copiassem a ideia, entre elas a Atari, com o ST, a Commodore, com o Amiga, e até a Microsoft, com o Windows (uma camada de interface gráfica que rodada por cima do sistema MS-DOS nos PCs padrão IBM, de arquitetura aberta). Até Steve Jobs, que após uma queda de braço com Sculley deixou a Apple para fundar a NeXT, usou uma GUI avançada no sistema Unix da nova empresa.

A partir do System 5, de 1987, com o advento da extensão MultiFinder, passou a ser possível rodar vários programas ao mesmo tempo. No ano seguinte, veio o System 6, mais consolidado e estável, que perdurou até a virada da década.


A primeira transição dramática do Mac veio em 1991, com o lançamento do System 7. A multitarefa cooperativa, trazida pela extensão MultiFinder, foi incorporada ao sistema, que ganhou endereçamento de memória de 32 bits, trazendo problemas de compatibilidade com programas antigos. Houve avanços na interface gráfica, na estabilidade e na capacidade multimídia, com o QuickTime. Foi o primeiro sistema compatível com o processador 68040, o último da linhagem 68k, de tecnologia Cisc. Já na versão 7.1.2, de março de 1994, tornou-se compatível com a CPU PowerPC, com arquitetura Risc. A transição para a nova família de chips (a segunda transição da história dos Macs, a primeira de hardware) se completou em 1996. Hoje, quem diria, graças à emulação, o System 7 pode rodar em iPhone.


Nessa época, os clones do PC da IBM vinham ganhando a hegemonia do mercado. O Windows havia chegado à versão 3, tornando-se uma opção acessível de interface gráfica, ainda que estivesse muito longe de alcançar o Mac em facilidade de uso e intuitividade. Mas a empresa de Bill Gates se preparava para lançar seu novo sistema operacional, o Windows 95, que prometia levar aos usuários de PC comum uma experiência de uso parecida com a do Mac.

Enquanto se preparava para desenvolver um sistema operacional mais estável e moderno (o Mac OS 8, codinome Copland), com multitarefa preemptiva e memória protegida, a Apple fez mudanças cosméticas e funcionais no System 7, comprando sharewares desenvolvidos por terceiros e incorporando-os ao OS. O System 7.5, de setembro de 1994, trouxe alguns desses novos recursos, como menus hierárquicos e o relógio na barra de menus. Na versão 7.5.1, recebeu pela primeira vez a denominação Mac OS.



Mas o prometido sistema operacional moderno sofria cada vez mais atrasos. Houve novas trocas de CEO (Sculley foi sucedido pelo alemão Michael Spindler e pelo novaiorquino Gil Amelio), e a Apple continuava a perder mercado para os PCs. A tentativa de abrir a plataforma com uma política de licenciamento agravou a situação, já que os clones não chegaram a roubar mercado dos PCs, apenas prejudicaram ainda mais as vendas da empresa, que amargava prejuízos crescentes. O futuro da Apple e da própria plataforma era visto como incerto.

Diante do fracasso no desenvolvimento do novo OS, a solução escolhida foi comprar um sistema de outra empresa. O BeOS, da Be Inc., empresa fundada pelo ex-executivo da Apple Jean-Louis Gassée, estava no páreo, mas a escolha recaiu sobre o OpenStep, sistema da NeXT, de Steve Jobs. A Apple comprou a NeXT, trazendo seu fundador de volta, e entrou nos eixos. Jobs racionalizou a linha de produtos, apostou na inovação e, paralelamente ao desenvolvimento do novo sistema, prosseguiu no melhoramento do Mac OS antigo. Vieram as versões 7.6, 8.0, 8.1, 8.5 e 8.6, considerada a mais estável de toda a história do sistema clássico.

No hardware, a sopa de letrinhas e números que marcava a linha Apple deu lugar a quatro famílias: iMac, iBook, Power Mac e PowerBook. Lançado em 1998, o iMac retomou o conceito monobloco (computador com monitor integrado), trazendo como novidade o gabinete translúcido e colorido, de formas arredondadas, que quebrou o velho paradigma de que computador tinha que ser um caixote bege. A primeira geração de iBooks e o Power Mac G3 “Trovão Azul” seguiram esse novo conceito. Na sequência vieram o iMac G4 abajur, o eMac (branquinho, último Mac monobloco com monitor CRT), o iMac G5 (com monitor de cristal líquido), o Mac Mini G4 em formato de marmita e o Power Mac G5, entre outros modelos.


Em 1999, na transição para o novo sistema (a terceira grande transição do Mac, a segunda de software), o Mac OS X, veio o Mac OS 9, que trazia recursos multiusuários, compatibilidade com redes sem fio, a biblioteca de APIs Carbon (permitindo o desenvolvimento de programas compatíveis tanto com o OS 9 como o OS X) e a possibilidade de virtualização do sistema clássico no ambiente Classic do Mac OS X.


A versão servidor do Mac OS X chegou ao mercado em 1999, com uma interface parecida com a do Mac OS clássico. Teve vida curta. Sempre com codinomes de felinos, o OS X chegou para valer em março de 2001, na versão 10.0 Cheetah (guepardo) trazendo avanços inegáveis em estabilidade e segurança, mas também mudanças radicais na interface gráfica, que geraram protestos de usuários tradicionais. Com o tempo, alguns recursos perdidos foram trazidos de volta, outros puderam ser recuperados com softwares de terceiros e há ainda os que foram substituídos por novas funcionalidades do sistema.


Na sequência vieram as versões 10.1 Puma (suçuarana, onça-parda, leão-da-montanha ou cougar), 10.2 Jaguar (onça-pintada, onça-preta), 10.3 Panther (um nome genérico que pode se referir a várias espécies de grandes felinos), 10.4 Tiger (tigre), 10.5 Leopard (leopardo) e 10.6 Snow Leopard (leopardo-das-neves). Até o Panther, todas as atualizações traziam melhora de desempenho e velocidade, além da estabilidade. Lançado em abril de 2005, o Tiger, mais comedor de memória, foi o primeiro Mac OS compatível com o código x86, usado nos processadores Intel e similares, marcando o início da quarta transição (a segunda de hardware) da história dos Macs, que se completou com o Snow Leopard, de agosto de 2009, o primeiro sistema a rodar exclusivamente em CPUs Intel.

A transição de PowerPC para Intel foi um capítulo surpreendente na história dos Macs. A justificativa oficial era que a IBM e a Freescale (novo nome da subsidiária de semicondutores da Motorola) não conseguiam entregar CPUs G5 para os PowerBooks. Depois de mais de uma década alardeando a superioridade da arquitetura Risc sobre a Cisc, chegando a comparar os chips Intel Pentium a lesmas, a Apple agora migrava para os processadores Intel. O anúncio da mudança foi feito por Stevde Jobs em junho de 2005. Por sorte, os mal-afamados Pentium não chegaram a equipar Macs. Os modelos da Apple são equipados com processadores das famílias Core e Xeon. O primeiro Mac Intel foi o Mac Book, lançado em janeiro de 2006. Em agosto, a nova linha de produtos já estava completa, com o Mac Pro.

Paralelamente aos novos modelos de Mac e ao desenvolvimento do OS X, a Apple lançou uma série de gadgets que viraram sonho de consumo até dos pecezistas: a família iPod de tocadores de áudio digital, o armazenador e reprodutor de mídia digital tv, a estação AirPort Extreme, o HD com roteador Time Capsule, o celular iPhone e o tablet iPad.


O Snow Leopard deve receber hoje (10) mais uma atualização, a 10.6.5, e outra está a caminho, a 10.6.6, já enviada a desenvolvedores. Para o ano que vem, está previsto um grande update, o 10.7 Lion. O que poderemos esperar dele? Uma maior convergência com o iOS, o sistema operacional do iPhone, iPod Touch e iPad? Vamos aguardar.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Enquanto o Leão não chega…

Novas atualizações do Leopoldo, ops, Leopardo das Neves estão a caminho. A qualquer momento, a Apple deve liberar a versão 10.6.5 do Mac OS X Snow Leopard, que já está em seu décimo build de testes. E, mesmo antes de o 10.6.5 ser liberado ao público, foram iniciado ontem (4) os primeiros testes do update seguinte, o 10.6.6! As primeiras informações divulgadas sugerem que o update tenha ligação com a chegada da Mac App Store.

Nem só de software vivem as novidades no mundo Apple. Após o anúncio de que a linha Xserve será descontinuada no início do ano que vem, a empresa passou a oferecer uma versão Server da família Mac Pro. A máquina tem CPU Intel Xeon “Nehalem” quad-core rodando a 2,8 GHz, 8 GB de RAM (expansíveis até 64 GB), dois discos rígidos de 1 TB, chipset gráfico ATI Radeon HD 5700 com 1GB de memória GDDR5 e roda o Mac OS X 10.6 Snow Leopard Server com licença ilimitada. Nos EUA, a Apple Online Store oferece o novo modelo, em sua configuração básica, por US$ 2.999.



Para quem não tem tanta bala na agulha, há a opção do servidor mais, digamos assim, “popular”: o Mac mini com Snow Leopard Server. Equipado com processador Intel Core 2 Duo a 2,66 GHz, ele tem 4 GB de RAM, dois HDs de 500GB a 7.200 RPM e chipset gráfico NVIDIA GeForce 320M. Já disponível no Brasil, ele custa R$3.700, com possibilidade de parcelamento em até 12 vezes sem juros.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Falando a sua língua

No Mac OS clássico, os power users torciam o nariz para as versões localizadas do sistema. Não era para menos. O System7.5 em português, por exemplo, era cheio de bugs e incompatibilidades com alguns programas. Um dos aplicativos mais enjoados era o QuarkXPress. Para rodá-lo no System 7.5 em português, era necessário instalar um painel de controle chamado Internacional, do System 7.0.1 em espanhol, e ajustar os formatos de “fecha” (data), hora e número para U.S.

Na era do OS X, tudo mudou. Baseado em Unix, o sistema herdado da NeXT é modular, organizado em camadas: embaixo o núcleo, constituído de kernel e utilidades de sistema, depois APIs e serviços dos aplicativos e por cima de tudo a interface gráfica com o usuário. Nessa estrutura, o idioma também é mais um módulo, que pode ser alterado a qualquer momento. Usar o Mac OS X em português passou a ser uma opção para usuários “sérios”. Basta abrir o painel de preferências Internacional (ou Idioma e Texto, no OS X 10.6 Snow Leopard) e colocar a língua desejada no topo da lista. Além do Finder, que precisa ser reiniciado para validar a alteração, os aplicativos que forem abertos obedecerão à ordem de preferência definida pelo usuário, conforme a disponibilidade do idioma escolhido.


E se o idioma desejado não estiver disponível? Nesse caso, o usuário mais corajoso pode localizar o programa “na unha”. É preciso control-clicar (ou clicar com o botão direito, ou ainda com os dois dedos) sobre o ícone do aplicativo para abrir o menu contextual e selecionar a opção “Mostrar conteúdo do pacote” (“Show package contents”).



Vai abrir uma pasta chamada “Contents”. Dentro dela, abra a pasta “Resources”. Lá você deverá encontrar pastas com a extensão “.lproj” (“English.lproj”, “Japanese.lproj” etc.). Em cada uma delas, há um arquivo chamado “localizable.strings” (e, eventualmente, outros arquivos com a extensão “.strings”). A partir dele(s) você poderá fazer a tradução do programa.

Você pode duplicar uma dessas pastas “.lproj”, renomeá-la para “Portuguese.lproj”, abrir o arquivo “localizable.strings” no Editor de Texto e traduzir para o português a segunda frase entre aspas de cada linha. Depois de concluído o trabalho, é só salvar as alterações.

Há também aplicativos de terceiros que facilitam esse trabalho. Um deles é o iLocalize, da Arizona Software, que auxilia os desenvolvedores a localizarem seus programas.

Se você quiser tentar, boa sorte! Depois, conte sua experiência.