sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Futuro incerto

Agências de notícias informam que o CEO licenciado da Apple, Steve Jobs (fotos), participou ontem à noite do encontro do presidente dos EUA, Barack Obama, com executivos do Vale do Silício. Apesar de o encontro ter ocorrido a portas fechadas, a Casa Branca divulgou uma única imagem da reunião, onde se vê Obama em conversa com Mark Zuckerberg, do Facebook, Carol Bartz, do Yahoo, e Eric Schmidt, do Google.

A ausência de Jobs na foto só faz aumentar o mistério, a especulação e a boataria sobre seu estado de saúde. Ontem, o tabloide sensacionalista National Enquirer publicou matéria informando que o cofundador da Apple teria apenas seis semanas de vida. A previsão foi feita pelos médicos Gabe Mirkin e Samuel Jacobson, que não tiveram acesso ao prontuário de Jobs, com base em fotos que mostram um homem extremamente magro e debilitado, supostamente o CEO da Apple. Segundo Mirkin, as fotos mostram perda extrema de massa muscular, inclusive nos glúteos, último local onde o corpo busca energia. “Está em estado terminal”, diagnostica. Jacobson vai além: “Diria que tem apenas mais seis semanas”, prevê.


Steven Paul Jobs, que completa 56 anos na próxima quinta-feira, nasceu em San Francisco, na Califórnia. No dia 1.º de abril de 1976, juntamente com o amigo Stephen Gary Wozniak, um gênio da eletrônica, fundou a Apple Computer, que lançou seu primeiro computador pessoal, o Apple I, em forma de kit. No ano seguinte veio o Apple II (ou Apple ][), trazendo novidades como gráficos coloridos, armazenamento em disquetes de 5,25 polegadas e um “aplicativo matador”, a planilha Visicalc.

Impressionado ao ser apresentado à interface gráfica com o usuário (GUI) numa visita aos laboratórios da Xerox, em 1979, Jobs foi responsável pelo lançamento comercial dessa tecnologia, com os sistemas operacionais do Apple Lisa (1983) e do Apple Macintosh (1984). O sucesso do Mac fez a GUI ser copiada por outros sistemas, como o Atari ST, o Commodore Amiga e o Microsoft Windows. O próprio Apple ][ chegou a ter uma interface gráfica em seus últimos modelos.

Expulso da companhia em 1985, após um embate com o então CEO, John Sculley, Steve Jobs fundou a NeXT, empresa de computadores que lançou um sistema operacional gráfico baseado em Unix, o NeXTStep. Em 1986, comprou da Lucasfilm a produtora de animação Pixar, responsável por filmes de sucesso como Toy Story.

Na Apple, os anos 90 foram marcados por sucessivos atrasos no projeto de um sistema operacional mais robusto e moderno, várias trocas de CEO e anos de balanço no vermelho. Em 1996, a Apple comprou a NeXT de Steve Jobs, trazendo-o de volta à companhia como consultor especial e usando o NeXTStep como base para o futuro sistema operacional do Mac, que viria a ser o Mac OS X. Logo depois Jobs se tornou “CEO interino”, sendo responsável pelos lançamentos das linhas PowerMac G3 e iMac. A Apple voltou a ser sinônimo de inventividade tecnológica e design de vanguarda. Até a arquirrival Microsoft decidiu investir na Apple, comprando ações sem direito a voto.

No novo milênio, a Apple, sob o comando de Jobs (a essa altura CEO sem o adjetivo “interino”), lançou o OS X, o iTunes, o iPod, o iPhone e o iPad. Também promoveu a migração dos Macs da arquitetura Risc PowerPC para a arquitetura x86 da Intel, permitindo que o Windows e as distribuições x86 do Linux rodem nativamente no Mac, ao mesmo tempo em que o OS X, com algumas gambiarras, possa rodar em PCs genéricos.

O que seria da Apple sem Steve Jobs? É essa incerteza que, aliada aos rumores sobre a saúde do CEO, provocou a queda das ações da companhia. Vamos torcer para que as fofocas não se confirmem e que Jobs se recupere plenamente e reassuma o comando da Apple. Também esperamos que, em caso de afastamento do cofundador, a empresa consiga caminhar pelas próprias pernas e manter sua trajetória de sucesso e inovação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário